Cyber threats

67% das empresas foram atacadas em 2025: sua organização está pronta?

Em 2025, os ataques cibernéticos atingiram um pico alarmante, um relatório recente feito pela Hiscox Cyber Readiness revelou que 67% das organizações globais sofreram pelo menos um ataque cibernético nos últimos 12 meses, sendo que no Brasil, a média semanal chegou a 2.766 tentativas por empresa. Segundo esse mesmo relatório o número global subiu drasticamente dos 53% do ano anterior, marcando o quarto aumento anual consecutivo.  Ao longo desse artigo, iremos explicar por que a curva segue crescente, iremos mapear os princípiais vetores de intrusão de 2025, e trazer para você práticas para migrar a defesa reativa para um modelo de defesa proativa. Panorama dos ataques cibernéticos em 2025 Os números deixam claro que 2025 vem sendo um ano desafiador em termos de segurança digital. O salto para 67% de empresas atacadas globalmente representa um aumento acentuado na taxa de incidentes e acende um alerta para todos os setores.  Conforme mencionado, essa elevação mantém uma tendência preocupante de crescimento ano após ano. Para contextualizar essa evolução, o gráfico abaixo ilustra a porcentagem de organizações que reportaram ataques cibernéticos nos últimos anos, segundo os relatórios anuais da Hiscox: Além de multiplicar‐se em volume, os ataques diversificaram métodos e objetivos, o que nos leva aos vetores mais críticos de 2025. No Brasil, por exemplo, o número de ataques semanais por organização praticamente dobrou em 2024, atingindo uma média de 2.766 ataques semanais no 2º trimestre, um aumento de 67% em relação a 2023. No 3º trimestre de 2024, a média subiu para 2.766 ataques semanais por organização, impressionantes 95% acima do mesmo período do ano anterior.  Além da quantidade de ataques, a persistência e determinação dos atacantes aumentaram. No cenário global, 17% das organizações relataram ter sofrido mais de 50 ataques distintos em apenas um ano, um indicativo claro de agentes maliciosos incansáveis e de campanhas automatizadas que vasculham a internet em busca de alvos vulneráveis.  Em outras palavras, entender como os criminosos entram é tão importante quanto saber quantas vezes entram. Os vetores de ataques estão cada vez mais diversificados Segundo o relatório, “business email compromise” (BEC), ou comprometimento de e-mail corporativo, foi novamente o ponto de entrada mais comum para invasores, repetindo o primeiro lugar pelo segundo ano consecutivo.  Esse tipo de ataque envolve geralmente phishing direcionado, em que o criminoso engana alguém da empresa para obter acesso indevido (por exemplo, assumindo o controle de uma conta de e-mail interna).  No Reino Unido, um subtipo de BEC, fraudes de desvio de pagamentos representou 57% dos ataques reportados em 2024, ilustrando como engenharia social e técnicas de phishing continuam extremamente eficazes contra organizações despreparadas. A exploração de vulnerabilidades em sistemas e aplicações A cada ano, milhares de novas falhas de segurança (CVE) são descobertas e divulgadas publicamente e os atacantes correm para explorar aquelas que ficam sem correção. Uma infraestrutura sem gerenciamento adequado de patches pode ser comprometida em questão de horas após a revelação de uma falha crítica.  Em ambientes de multicloud e adoção acelerada de novas tecnologias, manter todas as ferramentas integradas e atualizadas é um desafio. Brechas não corrigidas funcionam como portas escancaradas para invasores, permitindo desde ataques de ransomware até roubos silenciosos de dados. Portanto, entender as principais ameaças e vetores é o primeiro passo; o próximo é avaliar os impactos que esses ataques podem trazer. Principais ameaças e vetores em 2025 : phishing, ransomware e falha humana Phishing, BEC e o elo humano fraco Ataques baseados em phishing e suas variantes direcionadas, como spear phishing e BEC – permanecem entre os vetores mais prevalentes em 2025. Esses golpes exploram o elo mais vulnerável da segurança: as pessoas.  Quase metade (46%) das organizações que sofreram violações identificaram um erro ou ação de um funcionário como ponto inicial da invasão. Isso inclui casos em que alguém clicou em um link malicioso, abriu um anexo infectado ou compartilhou credenciais achando que a solicitação vinha de fonte confiável.  Por esse motivo, empresas em todo o mundo têm investido em conscientização: 65% dos líderes aumentaram o treinamento de segurança cibernética para colaboradores remotos, visando reduzir esse risco humano. Mesmo assim, a engenharia social evolui e engana até usuários cautelosos. E-mails fraudulentos hoje imitam com perfeição comunicações legítimas de parceiros ou diretores da empresa, levando vítimas a tomar ações danosas.  No ataque BEC típico, o invasor intercepta ou falsifica uma conversa de e-mail corporativo para solicitar um pagamento indevido – muitas vezes se passando por um fornecedor ou superior hierárquico. Em ambientes com pouca verificação de procedimentos, as perdas podem ser enormes. A sofisticação cresceu tanto que nesses tipos de ataques estão sendo usados domínios falsos e QR Codes maliciosos. A lição aqui é clara: a falha humana continua sendo um fator crítico em segurança, e abordá-la requer tanto tecnologia (filtros de e-mail, autenticação multifator) quanto educação contínua dos usuários. Ransomware: a ameaça esmagadora  Se o phishing é a porta de entrada, o ransomware é possivelmente o visitante indesejado mais temido ao atravessá-la.  Nos últimos anos, os ataques de ransomware dispararam em volume e impacto. Janeiro de 2025 marcou um recorde histórico, com 590 incidentes de ransomware documentados globalmente apenas nesse mês  um número cinco vezes maior que o registrado em janeiro de 2022.  No acumulado de 2024, houve 5.414 ataques de ransomware divulgados publicamente, representando um aumento de 11% em relação a 2023. Mais da metade das organizações já vivenciou um ataque de ransomware: 59% das empresas foram alvo desse tipo de extorsão no último ano. Diante desses dados, fica evidente que não se trata mais de “se” sua empresa será atacada, mas “quando”. O modus operandi também se sofisticou. Ataques antes oportunistas tornaram-se operações meticulosas e repetíveis, muitas vezes conduzidas por gangues especializadas que funcionam como empresas criminosas. Elas invadem redes, exfiltram dados sigilosos (96% dos casos incluem exfiltração antes da criptografia (tática double extortion)) e só então criptografam os sistemas, aumentando a pressão para o pagamento do resgate.  Em suma, o ransomware consolidou-se como uma das ameaças mais urgentes da atualidade. Nenhuma empresa, grande ou pequena, pode ignorar